Bom, por onde começar? 40 anos chegando.. reflexões, pensamento, vontade de ser um ser humano melhor..
A descoberta de que tenho até mais do que mereço, de que tenho que agradecer todo dia pela minha família, pela saúde dos meus pais, por ter um irmão bacanão, uma família pelo lado do querido muito companheira e amada, um querido que é o grande amor da minha vida, uma filho saudável e cheio de energia, uma ajudante que foi várias vezes meu braço direito e muito mais, primos e tios maravilhosos e uma rede de amigos de verdade.. onde muitos me acompanham há mais de 30 anos.. Além de tudo isso ainda trabalho com música, faço algo que amo..
Dessa grande reflexão, e outras mais, veio a vontade imensa de fazer algo por quem precisa.. e por que não na comemoração dos 40? Quem me conhece sabe que eu amo festa, amo reunir amigos, família, brindar, celebrar a vida, e juntar alegria com solidariedade e compaixão com próximo seria perfeito!
Por onde começar?? Pesquisas, conversas com amigos, sugestões.. e de repente, a resposta veio de quem entende do assunto crianças e adolescentes em situações de risco e abandono: minha cunhada, procuradora de justiça do RJ Lucia Ferreira. Ela como sempre faz com qualquer pedido de ajuda que chega para ela, contactou um promotor da sua extrema confiança que está baseado no momento na Vara da Infância e Adolescência de Bangu, Dr Rodrigo, que de cara se prontificou a me ajudar. No mesmo dia trocamos mensagens e marcamos a visita ao Abrigo Nossa Senhora da Lapa, localizado em Senador Camará para semana seguinte.
Hoje em dia não existem mais orfanatos, e sim abrigos, onde a "idéia" é que sejam lares provisórios para crianças e adolescentes, até que a justiça defina a situação deles. Esse em especial, é um abrigo que acolhe irmãos, o que me tocou profundamente, e faz de tudo para que eles se mantenham juntos. As crianças que estão lá neste momento (20 ao todo) foram retiradas das famílias biológicas por vários motivos, entre os quais: abuso, maus-tratos, abandono, pais e mães viciados em drogas e por ai vai... Algumas já estão disponíveis para adoção, a chamada adoção tardia (acima de 5 anos), que é muito difícil.. mas torcemos para que consigam um lar com todo amor, respeito e aconchego e ,outras com ajuda social podem ser reintegradas a família de origem,
Eu nunca tinha visitado um abrigo, tive sim contato na infância com um orfanato localizado no Méier, acho que era Casa de Lucia, fui várias vezes em festinhas, em encontros para brincar com crianças mas depois de adulta e mãe, nunca mais.
A recepção do Dr. Rodrigo conosco (sim, conosco, fiz questão de levar o filho e o querido junto), foi a melhor possível. Do MP de Bangu fomos ao abrigo em Senador Camará, na entrada de uma comunidade.
E aí, uma onda de amor surgiu e a vontade de ajudar aquelas 20 crianças e adolescentes cresceu ainda mais.
A situação do abrigo está melhor do que quando Dr. Rodrigo assumiu a vara, ele mesmo junto com outros promotores, junto a juíza do JECRIM local, e também junto a Paróquia conseguiram prover alimentos de boa qualidade para os pequenos, novos beliches e armário para as meninas, TV nova para que pudessem assistir a copa... mas ainda há muito o que fazer... Os meninos com beliches antigos, armários sem porta, a individualidade de cada um , como por exemplo, que cada um tenha sua própria toalha de rosto e banho, o balanço quebrado, casinha de boneca quebrada, biblioteca precisando de livros, travesseiros novos, jogos de cama, edredons, quem sabe uma socialização com uma ida ao cinema ou teatrinho... e por aí vai...
E você, onde entra nessa onda de amor toda?
A idéia é : Não quero presentes de 40 anos (como disse lá em cima, tenho muito mais do que mereço), que meus presente sejam trocados por presentes para essas crianças.. Cada um ajudando como pode, como manda o coração e o bolso também.. que não seja algo obrigatório.. Obrigatório será sua presença na minha feijoada, comemorando a nova fase, nova idade, com a mesma alegria e amor de sempre!!!
E aí vamos nessa??
No próximo post como vamos fazer as doações..
Com toda alegria de sempre,
Fafá
